quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A PARÁBOLA DO MENDIGO

Conta-se a história de um grande Rei, em um país distante, que promulgou um decreto sobre um banquete maravilhoso que seria servido em seu palácio a todos os súditos que nunca tiveram a oportunidade de jantar com ele. O seu arauto saiu pelos campos a proclamar em todos os limites do reino o grande banquete real.

Em sua proclamação o arauto enfatizava a necessidade de que no dia do banquete as roupas dos participantes fossem dignas da referida ocasião, essa era a única exigência real. Ao ouvirem aquelas palavras, todos os súditos do reino ficaram felizes e animados pelo convite real e, imediatamente, começaram a se preparar para aquele banquete histórico e tão aguardado.

Entretanto, uma pessoa que vivia de esmolas e mendigava às portas do palácio real ao  ouvir tal proclamação não ficou nem um pouco feliz. Diferentemente dos outros súditos, fez uma análise de suas roupas e constatou que não tinha condições de ir até o banquete. Sentia-se imundo pela sujeira das ruas onde vivia e por isso incapacitado de participar de tão nobre banquete.

Pelo histórico de bondade do Rei, o mendigo pensou que talvez fosse atendido em uma ideia que teve para solucionar a sua situação. Pensou no seguinte plano: “Caso o Rei queira que eu vá até seu banquete, lhe pedirei uma roupa real emprestada para desfrutar desse momento especial”.

sábado, 19 de novembro de 2011

“Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” Isaías 12:3

Há um tipo de “tristeza triste” que resiste em deixar de ocupar o espaço e o tempo natural, de um sentimento gerado por uma grande dor, uma grande perda ou uma ameaça. Nossas reações são diferentes porque somos diferentes e porque, muitas vezes, há outros fatores secundários que dificultam ainda mais nossa convivência com os dissabores que a vida traz.

A meditação de hoje foi inspirada no texto tirado do pequenino capítulo 12 do profeta Isaías (apenas 6 versículos). É um texto maravilhoso, um exuberante cântico de louvor ao percalço, o obstáculo e as agonias vividas, provenientes desses desafios que fazem parte do cotidiano de uma criação, que geme por causa de uma realidade chamada “pecado”, trazem muitas vezes grandes dificuldades, mesmo para cristãos amadurecidos, mesmo para líderes do povo de Deus com uma grande experiência de vida.

Conheço alguns desses amados e dignos irmãos em Jesus Cristo para quem o impacto da perda inesperada de um ente querido, um filho, no caso, foi de uma brutalidade tamanha que o resultado os levou a uma grande prostração, uma grande desolação e à depressão.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Jesus e os paradigmas – parte 3

Temos escrito nessas linhas nas últimas três semanas sobre a relação entre Jesus e os paradigmas de sua época, procurando também, fazer uma relação entre a maneira como lidamos com os nossos paradigmas nos dias atuais.

Não podemos negar a importância dos paradigmas para a manutenção de uma cultura e, no caso específico, da nossa sociedade. Sem eles estaríamos perdidos, sem um ”norte” e sem nenhuma orientação. Eles, os paradigmas, são úteis nos tempos em que o caos e os conflitos sociais se manifestam dentro de uma sociedade.

Em situações como essa, a convicção que os nossos paradigmas nos trazem, transforma-se em fundamento necessário para que não fiquemos como folhas jogadas ao vento. Portanto, negar a essencialidade dos paradigmas, em certo sentido, é negar o fundamento da existência humana. Talvez, seja por isso que é tão difícil abrirmos mão deles quando os mesmos não correspondem mais em eficácia e na solução dos problemas concretos apresentados pelas novas realidades da vida contemporânea.

Quando olhamos para o exemplo de Jesus na sua relação com os paradigmas, percebemos que ele nunca deixou de lado os seus paradigmas pessoais, pois, justamente por causa deles, foi crucificado e morto. Jesus tinha paradigmas sólidos e porque não dizer, os únicos que tinham validade eterna.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Jesus e os paradigmas humanos – parte 2

Todos nós sofremos com os nossos paradigmas! Somos tão apegados a eles que dificilmente pensamos em deixá-los. Mesmo que tenhamos a consciência que eles não têm mais eficácia diante das novas realidades do presente momento, os abraçamos de maneira tão ferrenha que agredimos qualquer um que tentar nos tirar deles. Caímos no erro de acreditar que eles representam a nossa sobrevivência como pessoas, e assim caminhamos pela vida mais presos ao passado do que ao presente e ao futuro que nos aguarda.

Quando tentamos entender essa verdade e aplicá-la ao âmbito evangélico descobrimos que os nossos paradigmas fazem parte de uma instrução que corresponde a formação religiosa que nos foi passada e que assumimos como única e suficiente. Assim, os paradigmas religiosos se constituem nos mais difíceis de serem modificados. E foi por causa deles que Jesus e Estevão se tornaram os primeiros mártires cristãos. Os religiosos da época, presos aos seus paradigmas, não conseguiram perceber que o paradigma mudou e que tanto Jesus quanto seu discípulo, Estevão, estavam operando por meio de outro paradigma. Infelizmente, os paradigmas da religiosidade, quando se tornam solidificados pelo tempo e pelo tradicionalismo, são os mais agressivos e violentos que a humanidade pode produzir.