quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Domingo 09 de Outubro de 2011

“Então, na sua angustia, clamaram ao Senhor, e ele os livrou das suas tribulações”. Salmo. 107,13,19,28)

Este versículo curiosamente aparece quatro vezes no mesmo Salmo. Didaticamente, o autor o repete para que os seus ouvintes (e posteriormente seus leitores), tomem consciência da presença providente de Deus num momento delicado vivido pelo povo Dele. Mas o salmo começa com um imperativo à ação de graças ao Senhor “porque ele é bom, e a sua misericórdia dura para sempre”. No transcorrer da oração, o escritor sagrado descreve a saga do povo que andou “errante pelo deserto e por caminhos solitários” (v. 4). Revela momentos dramáticos quando estava faminto e sedento e desfalecia nele a alma (v. 5).

Em meio a toda essa situação de desnorteio, dessa sensação e consciência de impotência, “na sua angustia clamaram ao Senhor”. Que é clamar? No Antigo Testamento equivale a um “grito de guerra” (Josué 6:16), ao grito da mulher ao dar à luz (Isaías 26:17), ao grasnido de um corvo. É gritar a partir das entranhas, do mais intimo da nossa dor, do nosso sofrimento, da nossa tribulação. Deus nos dá o direito de agir dessa maneira quando somos desafiados a suportar o insuportável.