sexta-feira, 6 de julho de 2012

08 de Julho de 2012

Aspectos que trazem tristeza ao coração de um pastor

Uma das coisas claras no chamado pastoral é que esta é a única “profissão” (se assim pudermos falar desse chamado) a qual o ser humano não pode escolher, mas é ela que o escolhe. O chamado pastoral muitas vezes é contrário a toda uma vida de conforto e segurança próprios desse mundo e que por isso, traz muitos conflitos e contradições. Sabemos que nenhum Seminário Teológico por melhor que seja tem as devidas condições para formar um pastor. Um pastor ou pastora é formado(a) na lida diária de sua prática e dos relacionamentos que estabelece com as pessoas. Em outras palavras, o ambiente formativo de um (a) pastor(a) é a vida da comunidade.

É na igreja que o chamado pastoral mais se manifesta e é reconhecido e referendado. O coração daquele (a) que é chamado (a) para este trabalho é formado na igreja e por meio das demandas que por ela são apresentadas. Ao atender a elas é que se faz o chamado pastoral. Porém, a própria igreja que forja e determina o chamado pastoral traz muita tristeza e angústia ao coração do(a) pastor(a). Parece contraditório, mas aqueles mesmos que referendam e que são objetos do amor de um(a) pastor(a), são os mesmos que ferem e agridem o coração de um pastor. Infelizmente muitos que fazem parte da igreja não percebem que o coração de um pastor sofre e chora em determinados momentos.

Falo assim não com a intenção de legislar em causa própria, mas com a convicção de que estou representando milhares de homens e mulheres que, à semelhança do que aconteceu com Moisés, um dia receberam um chamado claro e específico de Deus para ocuparem a frente de seu povo.

O coração de um(a) pastor(a) fica triste quando: ele(a) percebe que as pessoas não querem mudar de vida e preferem permanecer em seus pecados; quando as coisas e as estruturas são mais valorizadas do que as pessoas; quando Deus e o seu Reino não são levados à sério pelas pessoas da própria igreja; quando a vontade de Deus é substituída pela vontade dos homens; quando a burocracia e luta pelo poder ficam acima da vida e da esperança; quando as pessoas que fazem parte da igreja formal preferem viver uma vida vazia e mecânica em lugar da vida fundada nos valores do Reino; quando ele(a) percebe uma flagrante inversão de prioridades nas vidas dos crentes, Bem, a lista na verdade é muito extensa, mas em virtude do pouco espaço, paramos por aqui.