Movimento e monumento
se excluem pela sua natureza e função que têm diante da vida. Algumas delas são
muito conhecidas: o monumento é estático, refere-se ao passado, transparece
segurança, resguarda a história, é visitado e marca pela sua presença
monumental. O movimento, por outro lado, é dinâmico, caminha para o futuro, transparece
insegurança, não tem uma história, pode não dar certo, não tem condições de ser
“visitado” e não é marcante ainda.
Entretanto, uma das
ilustrações mais impactantes que, desde os tempos dos Congressos da Vinde, foi
criada sobre a igreja é aquela que a percebe como um movimento e não como um
monumento. Ao olharmos a igreja desde o seu nascedouro em Atos dos Apóstolos, a
vemos como um movimento de Deus que se desenvolve de Jerusalém a Roma, por meio
dos eventos selecionados por Lucas ao fazer o seu relato.
Esse movimento de
discípulos de Cristo que tomou conta de todo Império Romano, trouxe grande
impacto sobre a história da humanidade até os dias atuais. Aquele movimento que
nasceu na periferia do Judaísmo, ganhou uma dinâmica tão intensa e frutífera a
partir do derramamento do Espírito Santo, que não há como negar sua eficácia até
os dias de hoje.
O grande problema é
que ao olharmos para a igreja de Cristo hoje, em todas as suas manifestações e
vertentes, a percebemos muito mais como um monumento do que um movimento. A
igreja-movimento se transformou em prédios estáticos e monumentais. Pessoas que
“pararam” no tempo e por estarem presas a um passado que um dia foi glorioso,
têm uma postura saudosista e infrutífera na contemporaneidade.