O platô é um lugar contraditório! É lugar de segurança, conforto, tranqüilidade, proteção e fortaleza, mas também, é um lugar de conformismo, acomodação, monótono, sem aventuras e vazio de experiências que produzem crescimento e maturidade. No platô, ao mesmo tempo em que ficamos bem e à vontade, por outro lado, não pensamos muito naqueles que não conseguiram chegar ali, já que nossa postura egocêntrica nos deixa centralizados em nossas necessidades. Olhamos para nossa história de luta que nos fez chegar até ali, mas perdemos a capacidade de sonhar e de olhar para o futuro com esperança e coragem. Dessa forma, o platô, seja na vida profissional, na vida amorosa, na vida espiritual ou na vida eclesiástica é ao mesmo tempo vantajoso e perigoso.
Diria que, pelas ciladas que ele esconde, é mais perigoso do que vantajoso e por isso mesmo gostaria de abordar os aspectos perigosos relacionados aos perigos do platô espiritual nestas rápidas linhas. Um amigo meu que certa vez esteve ministrando aqui na igreja este ano, disse que as pesquisas atuais sobre igrejas que estão na faixa etária entre os cinqüenta e sessenta anos entram em um platô eclesiástico de acomodação extremamente perigoso e que após tal período elas têm uma tendência a ficarem permanentemente estagnadas. Caso não passem por um processo urgente de revitalização espiritual em sua estrutura interna e em sua visão, elas decrescerão, perdendo sua influência no mundo que a circunda.