Era uma vez uma
igreja criada com duas asas. Uma asa era para a celebração em grupos grandes e
a outra era para a comunidade dos grupos pequenos. Utilizando ambas as asas, a
igreja conseguia voar alto e se aproximar da presença de Deus e ainda sobrevoar
graciosamente toda a terra, preenchendo o propósito do criador.
Um dia, uma enciumada
e malvada serpente, que não tinha asa alguma, desafiou a igreja a voar apenas
com a asa do grupo grande. A serpente aplaudiu efusivamente quando a igreja
conseguiu levantar voo, (mesmo que de forma desajeitada), e a convenceu de que,
com muito exercício, ela conseguiria voar utilizando apenas uma asa.
Enganada desde aquele
dia, a igreja de duas asas começou a se satisfazer com apenas uma asa. Isso
aconteceu durante o reinado de Constantino, 300 anos depois de o Criador ter
usado a igreja de duas asas para frustrar os planos da serpente malvada que não
tinha asas.
A asa do grupo
pequeno se tornou cada vez mais fraca por falta de exercício até atrofiar e tornar-se
um apêndice sem vida e sem utilidade ao lado da asa exagerada do grupo grande.
A igreja de duas asas que havia planado nas maiores alturas se tornou agora uma
igreja de uma asa, um pouco melhor do que a serpente malvada, que não tinha asa
alguma.
O Criador da igreja
ficou muito triste. Ele sabia que o projeto das duas asas permitia a igreja a
voar aos céus, até a sua presença e obedecer aos seus comandos na terra. Agora,
com apenas uma asa, a igreja tinha de fazer um esforço extra para conseguir
levantar voo.