A PARÁBOLA NATALINA DE UM JUMENTINHO
Ele havia notado que uma determinada estrela com brilho intenso estacionara acima de seu estábulo naquela noite quente de verão da Palestina. Aquilo não era comum, pois o clarão daquela luz incomodava suas vistas e lhe tirava a concentração.
Logo em seguida, umas pessoas se aproximaram de onde ele estava: era um homem apoiando uma mulher que pelo tamanho da barriga estava prestes a dar a luz. Em sua ingenuidade de jumento pensou “não deveria aquela mulher estar em um lugar mais confortável e cheiroso? O que a fez chegar até aquele local não muito apropriado e com uma barriga daquele tamanho?”.
Com esses questionamentos em mente, seu incômodo, que já era razoável pela luz daquela estrela que parecia cair diante sobre si, aumentou quando se concentrou nas palavras de consolo e ânimo que o homem dava a mulher. Dizia ele: “Que bom! Conseguimos chegar a um lugar onde podemos descansar da longa caminhada do dia.
A cidade estava tão cheia de gente, mas aquele bom homem nos permitiu ficar aqui nessa noite. “Ainda bem que está uma noite fresca e clara; amanhã conseguiremos um lugar em alguma estalagem”. Aquilo lhe soara estranho, já que não era dessa forma que os seres humanos tratavam uns aos outros.