“Todos os
seres humanos são dependentes uns dos outros e, naturalmente, também o que cada
um de nós faz depende dos demais.”
Numa
época em que o individualismo virou um estilo de vida para muitos, a frase
acima soa de maneira destoante para muita gente. O estilo privatizado da vida
pós-moderna tem escondido as pessoas umas das outras, fazendo com que elas
vivam solitariamente em verdadeiras “cavernas” existenciais, distanciadas
muitas vezes, de realidades tão concretas que estão ao seu redor.
Essa
concepção de vida anula de forma decisiva uma das principais vocações do ser
humano: aquela que diz respeito à
necessidade que temos uns dos
outros para viver e existir. O velho ditado de que “ninguém é uma ilha” nunca
foi tão necessário como nos dias atuais. O ser humano necessita da convivência
com o seu próximo para que ele próprio se realize como pessoa. Ou seja, a nossa
individualidade só será plena na medida em que interagirmos de maneira solidária
uns com os outros.
Muitos
vivem presos a uma postura individualista pelo fato de terem medo de abrir a
sua “caverna de horrores”. Têm medo de não serem aceitos como na verdade são.
Escondem-se por trás de máscaras socialmente aceitas, vivendo um tipo de vida
que, na verdade, não é a vida que gostariam de viver. Vivendo dessa maneira,
elas perdem a oportunidade de desfrutar da beleza dos relacionamentos.
Desconhecem
a importância da dependência mútua que precisamos ter para sermos realmente
felizes. Por isso, precisamos nos dispor a conhecer e sermos conhecidos. Já que
todos têm uma “caverna de horrores”, nenhum de nós vai se assombrar quando
“entrar” na do outro, pois assim não corremos o risco de cair na terrível
postura hipócrita que muitos têm hoje, achando-se “melhores” do que outros
(talvez, seja por isso que muitos preferem se esconder na sua “caverna” e não
saírem mais de lá).