quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O REFLEXO INVERSO

Até quando seremos o reflexo inverso daquilo que ouvimos em nosso púlpito? Essa pergunta veio em minha mente hoje na hora do almoço. Estava almoçando quando um de meus filhos falou que na segunda-feira a noite teve um show gospel na cidade e que muitas das pessoas de nossa comunidade estavam lá (inclusive ela). Estava conversando com um dos líderes do Clube Bíblico e ele me falou como muitos jovens deixaram de ir naquela reunião de segunda à noite para irem no referido show.

Fiquei sabendo também que na própria segunda aconteceu uma comemoração de aniversário de uma pessoa ligada à nossa igreja na casa de um de nossos presbíteros, na mesma hora de nosso culto de oração e que vários dos crentes de nossa igreja estavam lá. Tais fatos me fizeram pensar que estamos vivendo uma onda de REFLEXO INVERSO das mensagens que Deus tem ministrado nestes últimos dias em nossa igreja. Em vez de ficarmos mais apaixonados por Deus, estamos ficando mais insensíveis à Sua voz.

Em vez das mensagens criarem em nós uma paixão mais profunda pela oração coletiva da igreja, as mensagens estão produzindo em nosso ser um desejo de termos mais e mais eventos sociais e de entretenimento. Assim, estamos produzindo um reflexo inverso aquele esperado por Deus. Bem, essa é a minha crença, que pode estar errada, mas é assim que tenho percebido nestes últimos dias a vida daqueles que fazem parte de nossa igreja. Pergunto-me sobre o que está acontecendo e se ser cristão nos dias atuais é apenas isso. Até quando continuaremos assim?
 
 
A minha preocupação e medo é que este seja apenas a ponta do iceberg que esconde uma frieza profunda e um descaso individual e diário para com Deus e para com as coisas que Ele valoriza e que, no fundo, são os aspectos que influenciarão a eternidade. A grande questão é que Deus contempla não apenas a ponta, mas os segredos escondidos do iceberg. É por isso que não estamos reagindo aquilo que Deus está falando. Até quando continuaremos assim?

Visitei umas pessoas nessa semana e falei-lhes da necessidade de olharem prioritariamente para Deus e menos para as dificuldades que estavam experimentando. Disse para elas que o amor por Deus deveria ser a prioridade da vida delas, pois se assim não fosse elas teriam o foco de suas vidas nos problemas e nas dificuldades materiais que estavam experimentando, e a cada dia, mais distantes de Deus. Eles não são crentes, mas estavam sensíveis àquelas palavras (pelo menos demonstraram isso e disseram até que iriam visitar a nossa igreja). Disse para eles também, que eu só estava ali porque eles estavam atravessando aquela tormenta e o marido, pensando em suicídio. Disse-lhes que se não estivessem daquele jeito, e se tudo estivesse correndo às mil maravilhas, eles nem pensariam em me convidar para ir até a casa deles.


Mas é assim mesmo: quando a corda aperta, o ser humano, seja ele crente ou não, desperta para a oração, para o jejum e para o compromisso prioritário com o Reino de Deus. Infelizmente, me apercebi quando estava falando com eles um fato inegável: a maioria dos crentes da igreja que pastoreio também estão tão centrados em seus anseios e preocupações pessoais, que não têm tempo nem cabeça para se preocupar com Deus e com os anseios do coração Dele. Até quando continuaremos assim?

Uma igreja que reflete inversamente aquilo que ela recebe de Deus precisa ter os seus olhos e ouvidos espirituais abertos. Devemos orar para que Ele os abra para que experimentemos o milagre que precede qualquer avivamento: a nossa obediência!

Que Deus nos ajude, para que não mais sejamos assim!

Paulo Emílio, seu pastor.

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