Essa foi uma pergunta feita por Jesus a um pai desesperado que não conseguia encontrar cura para seu filho. Mas vamos deixar claro de uma vez: as perguntas feitas por Deus ou por Jesus - que é Deus encarnado - não foram feitas para esclarecer a mente divina. Elas foram feitas para ensinar e clarear a mente humana. Portanto, quando Jesus pergunta ao pai há quanto tempo ou desde quando ocorria o mal a criança, na verdade o interesse de Jesus era ensinar algo ao pai. Tudo bem?
O pai quando perguntado respondeu que tal processo tivera seu início desde muito cedo, ou seja, na infância.
Por que Jesus fez tal pergunta? Por que ele simplesmente não curou aquela criança independente de qualquer informação? Qual era a intenção de Jesus ao fazer uma pergunta aparentemente sem importância, sendo que o importante ali era curar o menino e não ficar sabendo de sua vida pregressa?
Sabe de uma coisa, antes de qualquer ação curativa, Jesus precisava ensinar algo ao pai. Ele precisava ensinar que aquele quadro instalado na vida da criança não aconteceu da noite para o dia. Que a surdez e a mudez presente na vida da criança foi fruto de um processo longo. Que algumas coisas foram negligenciadas pelo pai ao não perceber que o estado da criança estava piorando. Que se no inicio poderia ter sido apenas um desajuste emocional, agora o estado de possessão demoníaca estava concretizado por pura falta de ação do pai em tempo oportuno.
É isso mesmo. Muitas vezes negligenciamos cenários, quadros e situações. Não agimos prontamente na intenção de bloquear um processo antes que ele vire uma metástase. Que no inicio algo tenha sido apenas um sentimento não saudável, porém ele não foi devidamente nutrido na alma e virou ódio mortal.
Precisamos aprender isso. Exceto em casos extraordinários, nada acontece de imediato sem ter sido uma ação do tempo e da falta absoluta de cuidado nosso. Ninguém fica endividado da noite para o dia. O limite do cartão de crédito ou o especial da conta bancária só entra em colapso por que agimos sem dar a devida atenção e ação limitadora do caos. Também ninguém que é casado adultera e trai do nada. Como se a pessoa saísse de casa hoje, e sem nenhuma base sólida decidisse: “hoje vou trair minha esposa ou esposo”. Isso não acontece. Para que isso aconteça o casamento já sofreu várias perdas no caminho. Até culminar num ato de completa insensatez. Um time de futebol não cai para a segunda divisão do campeonato simplesmente por que quis. Pelo contrário, a queda é fruto de vários problemas ocorridos no processo de montagem do time, administração e diversas outras causas.
O que estou dizendo é que Jesus precisava levar o pai à compreensão de que seu filho chegou aquele estado por pura omissão. Caso contrário, o processo poderia ter sido solucionado mais cedo, provavelmente antes de chegar naquele cenário.
Então essa é a minha sugestão: olhe ao redor, para dentro de si mesmo, para suas relações interpessoais, para seus filhos, para a administração dos desejos de consumo, sexuais e sonhos. Dê atenção à forma como está gastando, como está nutrindo os sentimentos, como está tratando de problemas no casamento ou amorosos e aja antes que o cenário fique triste. Lembre-se disso: ninguém tropeça em pedra pequena. A pura distração é que faz com que tropeçamos e caiamos.
Jesus é muito sábio mesmo. Antes de curar a criança, o pai precisa aprender isso. Afinal, quem garantiria que ao ficar livre daquele mal, novamente a criança não contraísse outro por absoluta desatenção e cuidado do pai. Como acontece muitas vezes conosco. Algumas coisas foram solucionadas e lá na frente por negligenciar o presente o cenário de dor, tormento e confusão volta. É assim na vida financeira, amorosa, familiar, profissional, estudantil e espiritual. Fique esperto ou esperta, ok?
Eu é que faço agora a mesma pergunta que Jesus fez ao pai: Há quanto tempo isto lhe sucede? É hora de agir e aprender para ser curado ou curada.
Abraço
Pastor Paulo Sérgio
Comunidade Vyneard de Teófilo Otoni-MG
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