Pastor Paulo Emílio
As cartas do Apocalipse -Texto básico: Ap. 3:1-6
Introdução:
· Historicamente, Sardes tinha a sua glória no fato de ter sido a capital do Império Persa a partir de 550 a.C.;
· Era uma cidade que tinha no comércio de jóias e manufaturados têxteis a sua prosperidade econômica, podendo ser considerada por isso, uma cidade rica;
· Heródoto nos informa que os habitantes de Sardes tinham, adquirido uma reputação de flacidez moral e até de aberta ociosidade;
· A sua condição geográfica fazia de Sardes uma cidade-fortaleza quase inespregnável elevando-se acima do vale do Hermo, e quase inteiramente cercada por penhascos cortados de precipícios compostas de rochas traiçoeiras e frouxas;
· Nas duas vezes que foi invadida (549 e 214 a.C.) Sardes foi atacada de surpresa; os penhascos foram escalados sob a proteção da escuridão;
· Sardes era uma cidade que tinha orgulho do seu passado e suas glórias, porém, o seu presente era de morbidez e imoralidade.
Transposição
· A carta a Igreja de Sardes, sugere que a primitiva comunidade cristã ali existente estava imbuída do mesmo espírito da cidade, ou seja: repousando em sua reputação passada (tradicionalismo), mas sem qualquer realização no presente e falhando na atitude de vigilância.
· A Igreja assume a postura da cidade em vez de contrapor a ela. Era engolida pela concepção que predominava na cidade.
Exposição
1) A Apresentação de Cristo (1b)
“Aqueles que têm os sete espíritos de Deus e a sete estrelas”
Ø A simbologia é clara com relação à perfeita obra que o Espírito de Deus, através da mensagem dos ministros da Palavra, podem fazer vivificar uma Igreja morta.
Ø Cristo olha para a Igreja de Sardes como uma Igreja que precisa do pleno poder do Espírito de Deus.
2) Diagnóstico que Cristo faz da Igreja (v. 1c e 2)
“... tem nome de que vives, e estás morto...”
Ø A fama de Sardes era de igreja viva, provavelmente o seu passado fora glorioso, e até no presente parecia gozar de muito ativismo.
Ø Porém, tudo aquilo representava uma falsa vida. Aqueles cristãos viviam uma ilusão diante de Deus.
Ø Jesus conhecia a essência das suas obras e elas não possuíam vida diante do Pai.
Ø Era uma igreja que gostava de viver do passado, mas com um presente espiritualmente morto.
“... não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Pai.”
Ø Diante do mundo e das outras Igrejas, quem sabe, Sardes deveria ser conhecida como uma Igreja cheia de boas obras, porém diante de Deus elas não eram íntegras.
1ª) Deus estava preocupado com a qualidade as obras e não com a quantidade delas;
2ª) Deus estava observando diariamente aquelas obras, constantemente, estamos diante dele;
3ª) Deus sempre procura integridade de vida em nossas ações; e isso tem a ver com a nossa essência e não com a nossa aparência;
3) O tratamento de Cristo para a cura da Igreja (v.3)
Ø Cristo trata com a Igreja de Sardes dando três imperativos bem definidos para que houvesse uma mudança de vida nela.
Ø 1ª Imperativo: “... lembra-te do que tens recebido e ouvido... – no original isto significa: “segue recordando e ouvindo a cada dia, não se esqueça.”
Ø Cristo quer que sua Igreja se recorde da alegria e entusiasmo que experimentaram quando escutaram o evangelho pela primeira vez.
Ø Aplicação: Às vezes aquelas antigas verdades do Evangelho não nos importam mais. Nossas emoções não são mais tocadas por Deus quando nos recordamos daquelas velhas verdades.
Ø 2º Imperativo: “... guarda-o” – Em outras palavras Cristo está dizendo: “Vivam em suas vidas aquilo que está recordando”. Viver o Evangelho a cada dia. Ele quer que perseveremos.
Ø 3º Imperativo: “... e arrependa-te” – significa que aquela Igreja precisava passar por um momento de decisão. Dar meia volta em direção a Deus.
Aplicação: A Igreja quando está fora do padrão de Deus, o caminho dela deve ser o do arrependimento, do quebrantamento, do lamento.
Ø Se não houvesse arrependimento, Cristo viria pessoalmente contra ela de forma repentina e secreta (aquela igreja compreendia a linguagem de Cristo, pois a cidade de Sardes fora invadida de forma sorrateira e escondida pela escuridão da noite por Ciro em 549 a.C.
Ø Por isso, Cristo requer dessa igreja uma atitude de vigilância e de seriedade com relação ao seu compromisso com ELE.
4) Palavra de vida ao Remanescente fiel (v. 5 e 6)
Ø É interessante que sempre há no meio das igrejas infiéis, alguns que permaneçam firmes diante das tentações;
Ø O verbo para “contaminar” significa literalmente, emporcalhar-se de lama, sujar-se de imundice – “fazer concessões morais e espirituais.”
Ø Havia em Sardes alguns irmãos que não comprometeram sua integridade e seu caráter por causa das pressões externas e internas.
Ø A grande benção para fieis é dividida em três formas:
1) Ele empresta-os suas roupas brancas cheias de dignidade e justiça;
2) Cristo dá aos fiéis a segurança eterna;
3) Cristo dará o seu aval pessoal diante do Pai e dos anjos – Mt. 10:32
Conclusão: A leitura de Ap. 7: 9 a 17 faz o cristão manter a sua integridade, não se subjugar aos ditames sociais, não confiar no seu tradicionalismo e saber que a su a satisfação plena não está aqui, mas no céu.
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