quarta-feira, 23 de março de 2011

Esmirna – A riqueza do sofrimento

Por: Pastor Paulo Emílio

As cartas do Apocalipse - Texto básico: Ap. 2:8-11
 
Introdução

·         É uma carta de consolo, pois ser crente em Esmirna naqueles dias era um desafio diário à morte física. Esta é uma das mensagens que implícita na carta. Porém, a palavra de Deus em relação a como enfrentar a questão do sofrimento e da perseguição foi totalmente diferente daquela que muitos cristãos dos dias de hoje entendem.
·         Geralmente, existem duas respostas distintas com relação ao problema do sofrimento:
A.    Resposta da Teologia da Prosperidade – O crente sofre por causa do pecado, pois ele nasceu para ser cabeça, filho do rei e nenhum mal chegará à sua tenda. Caso isso aconteça, deve ter alguma coisa de errado em sua vida, e, provavelmente, deve estar em pecado.

B.    Resposta da Pessoa de Deus em Cristo – O sofrimento pode ser uma forma de ouvirmos a voz de Deus e fazer com que a sua Glória se manifeste em nossas vidas, como aconteceu com Jesus. Deus sofreu os nossos pecados em nosso lugar na Cruz, não para que não soframos, mas para que aprendamos a passar pela dor com dignidade e confiança.

Entendendo o contexto

1.    Situação da cidade:

*Fundada em 1000 a.C.
*Destruída completamente em 600 a.C.;
*Reconstruída das ruínas em 200 a.C.;
*Cidade próspera (recebeu grandes investimentos de judeus ricos que lá moravam – 10.000 denários para embelezar a cidade;
*Fiel ao império romano;
*Cidade portuária de grande expressão no mediterrâneo;

2.    Apresentação de Jesus:

Para Esmirna, Jesus apresenta-se como “O Primeiro e o Ultimo”

A.    Ele começou a história com a Sua Palavra e a fechará pelo estabelecimento do Seu Reino. O futuro (o fim) está nas mãos de Jesus, pois Ele é o último.

B.    É aquele que sofreu, mas venceu. O sofrimento não é a última verdade. Esta palavra para a Igreja que estamos sofrendo e achando que a vida tinha acabado é importante.

3.    Esta carta está dividida em duas partes:

Parte 1: Jesus afirma que não está alienado da tribulação do povo do Senhor;
Parte 2: Jesus afirma a riqueza daquela Igreja diante de Deus;
·         O objetivo de dividir a carta dessa forma é produzir consolo em nosso coração em meio a dor, pois quando estamos sofrendo de maneira intensa, não conseguimos entender a profundidade do consolo de Deus.
       
Exposição
I.      Havia sobre eles uma grande pressão, estavam debaixo de um peso

a.    Alguns religiosos de Esmirna exigiam o culto ao imperador - Tribulação (v. 9a)
b.    Pobreza extrema da Igreja que talvez fosse formada das camadas mais baixas da população (escravos, desprezados e marginalizados) - Pobreza (v.9)
c.    Sofriam acusações injuriosas, calúnias dos judeus falsificados - Blasfêmia (v.9).
d.    O sofrimento extremo chegaria a morte daqueles que permaneciam fieis ao Senhor Sofrimento (v. 10a)

II.    Havia sobre eles três tipos de riqueza (v.9) (Tu és rico)

a)    Riqueza na ousadia/intrepidez “Não temas” (v.9)
b)    Riqueza na fidelidade ao Senhor – “Sê fiel até a morte (10a)
c)    Riqueza na recompensa de Deus “Dar-te-ei a coroa da vida” (10c)

III.   Havia para eles uma nova perspectiva de como se enfrentar a morte

a)    Aquela igreja estava disposta a morrer por aquela verdade.
b)    Sabia que a morte não era empecilho para a sua fidelidade (Daniel 3: 16 a 18).
c)    Receberiam coroa da vida porque foram fiéis no pouco que tinham depois da morte.
Conclusão
Em 22 de fevereiro de 156, Policarpo, bispo de Esmirna, foi condenado à morte em razão de sua fidelidade ao Senhor Jesus e foi lhe dada uma oportunidade de salvação. Pediram-lhe que negasse a Cristo e adorasse a Cesar em troca de sua liberdade e ele respondeu: “Oitenta e seis anos faz que eu O tenho servido, e Ele jamais me abandonou; como posso eu agora blasfemar contra o Rei que me salvou?”
Policarpo foi queimado vivo, porém fiel ao Senhor, porque o sangue da igreja é a semente da igreja.

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